sexta-feira, 15 de abril de 2011

Amor Além da Eternidade

 O dia amanhacera, quando ele a avistou,
 com um vestido de chita e no cabelo uma flor.
 Meu pai com seu jeito nobre, de minha mãe
 se aproximou...

 Menina como é seu nome? Deslumbrada, com
 tão belo homem, com timidez respondeu,
 Ruth Arruda meu senhor. Eu me chamo,
 Mohamed Alí Mustafa, mas prá você, sou Agenor...

 É que estive na guerra e hoje sou um desertor.
 Verdadeiro só o sobrenome, eu escolhi o Agenor.
 E da soleira da porta, ela se levantou, tirou a flor do
 cabelo e para ele entregou...

 Quando secar, guarde dentro em um livro, para
 nunca me esquecer. Menina eu sou um nômade,
 não tenho muitas paradas, vou seguir o meu caminho,
 não tenho eira nem beira, nada a lhe oferecer...

 Meu senhor, também sou pobre, mas, meu pai é um
 homem rico, poderá nos ajudar. Porque és pobre com pai
 rico? E ela lhe respondeu, é uma história triste, sem mãe,
 sem lar, sem amor...

 De seu pai, só quero a filha, meu orgulho não tem
 preço, em palácios ou barracos, nunca vou te 
abandonar. Menina luz dos meus olhos! 
Voltarei prá te buscar. Vou ganhar algum dinheiro,
 para contigo casar...

 Com um sorriso radiante, ela assim lhe respondeu,
 tenho apenas 15 anos e muito tempo prá esperar.
 Todos os dias as cinco, sentarei aqui na porta, na
 esperança te ver voltar...

 E ele foi se afastando, altivo levando a flor.

 Numa tarde fria de inverno, ele apareceu. Trazia
 uma linda caixa, dentro um vestido lilás. 
Menina, vim aqui prá te buscar. Andei por muitos 
caminhos, vivi muitas aventuras, não consegui
 te esquecer.

Quer saber o fim da história? Ela nunca terminou, o 
moço belo de outrora, foi o único que ela amou. 
Tiveram nove filhos, eu sou a quinta desse amor.

 Um dia ele partiu, pouco depois ela o acompanhou.
 A flor seca, o livro e algumas fotos desbotadas,
 foi a herança, a lembrança e a saudade que ficou...

 E lá na eternidade, estão juntos abraçados, pois
 a missão foi cumprida, desde aquele vestido de
 chita, deixaram muitos frutos desse amor.
 Dentre eles havia um  anjo, que com seus
 lindos olhos verdes, na velhice os amparou.

 Autora: Leila Mustafa Cury

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Leila Mustafa Cury - Textos

Leila Mustafa Cury - Textos: "– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

A Rosa Azul

Imagem reprodução

Havia uma borboleta voando por um Jardim
procurando uma rosa com as pétalas azuis
Encontrou um cravo triste, e por ela perguntou...

Olá meu amigo cravo, porque você esta triste?
Cadê a rosa tão bela? Conte-me o que lhe sucedeu?
Pouse aqui nesse canteiro, amiga vou te contar...

Ontem ela estava linda, com as gotas do orvalho
realçando a cor azul, sua beleza refletida sob o
brilho das estrelas e o alvo lençol do luar...

Um andante que passava fitou-a extasiado.
Meu Deus! Como é linda essa flor. Arrancou-a
com carinho desviando dos espinhos para não
se ferir e sentir a dor...

Ela muito assustada olhou-me com agonia
Pois no intimo sabia, que arrancada morreria
e sem vida murcharia, perderia seu encanto...

Ferida, sozinha, em pranto, só uma rosa seca
jogada ao vento, rolando a esmo, ao léu ou
soprada ao relento, voando sem rumo ou quem
sabe esquecida guardada num livro...

Mas o que ela não sabia é que o moço tinha um
plano, plantaria em seu jardim, junto aos
lírios, cravos, acácias e alecrins...

Reinaria soberana, onde amantes, loucos e
apaixonados que por ali passar, sentirem uma
emanação agradável perfumando o ar...

Ao saber desse detalhe, começou a se acalmar
Sentiu saudades do cravo, que lhe dizia amar
Lembrou-se da borboleta que voava pelos campos,  
pousando de flor em flor, sabia que
qualquer dia ali, ela iria passar...

Mandar-lhe-ia um recado, mas ou menos assim: Meu
querido cravo branco, não chores a minha ausência
no jardim que tu ficaste, sempre haverá outra flor
eu nesse jardim florido, encontrarei outro amor.

Autora: Leila Mustafa Cury

domingo, 9 de janeiro de 2011

Rosas Azuis

Quero um amor verdadeiro
Para comigo ficar
Que saiba consolar meu pranto
Sempre que triste eu ficar;
 
Que me cante uma canção
Ninando-me ao sabor do vento
Que interprete o meu olhar
E leia o meu pensamento.
 
Um amor enigmático
Que eu não saiba decifrar,
Mas que me conduza ao céu
Sempre que eu quiser sonhar;
 
Que ele surja no arrebol
E assim que a noite chegar
Vá buscar uma estrela
Para me presentear,
 
Que saiba evidenciar
Seu amor em verso e prosa
Que me leve a mergulhar
Num eterno mar de rosas.
 
Quero um amor criativo
Inusitado e surpreendente
Que me traga rosas azuis
E o candor do sol poente;
 
Que ele venha num cenário
Flamejante e envolvente
Junto a um raio de luar
Ou a uma estrela cadente.
 
Amor incognoscível
Envolto em vivaz melodia
Que me leve a viajar
Nas asas da poesia,
 
Amor que ultrapasse fronteiras
Que transcenda o imaginário
Apoteótico amor
Amor extraordinário!

Autoria: Lourdes Neves Cúrcio

Prosas e Versos

Prosas e Versos
Prosas e versos que falam mais de mim do que eu mesma!

Quem sou eu

Minha foto
Adoro escrever sobre borboletas azuis, sobre pássaros, flores, amores e emoções.