quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Juntando os Cacos



Refugio-me em meu silêncio
Sinto-me impotente em revelar a alguém,
o que me angustia, mas que aos poucos, vão
se revelando, nessas tímidas linhas que se
 

seguem...
  
Queria ir ao seu encontro, mas como saber
se você vai estar a minha espera...Eu quase sei,
quase percebo, mas não ouso perguntar...


Decisões que me esperam e me sufocam, não sei
ao certo o que faço, só sei que algo se quebrou,
resta saber, quando se quebrou, ou se nunca foi
Inteiro...

Hesito em olhar melhor para o ontem; receio rever
a desconstrução do que talvez já estivesse destruído,
verei que na ânsia louca de te ver voltar, tropecei
nos próprios cacos, que há tempos venho tentando
Juntar...

Estou despida de mim mesma, meu coração esta
exposto e sem labirintos, escancarado e sem medo
de mostrar essa ternura boba que nele habita.
Posso ser leve como uma brisa, mas quando ferida,  
posso ser forte como uma ventania...

Como deixar de escrever versos que podem causar
estranheza, indiferença e até tolos julgamentos?
Não me importo em desnudar minha alma...

Não amordaçarei a minha saudade. É inútil
silenciar minhas emoções. Não vou por amarras
em meu peito e vendas em meus olhos...

Mas pelo cansaço que hoje sinto, só quero sentar-me 

na relva e ficar observando apenas o acariciar do vento, 
nas pétalas de uma flor.
Amanhã, quem sabe? Conseguirei juntar meus cacos.



Autora: Leila Mustafa Cury

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Prosas e Versos

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