quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Girassol e a Rosa

Imagem reprodução
Quando Van Gogh pintou, campos com girassóis, tu 
eras um entre tantos, que sua simples presença,
ele sequer percebeu...

Era um homem atormentado, que arrancou
a própria orelha, e em Paris se matou,
mas foi a cor amarela que sempre 
o fascinou...

Oh Girassol amarelo, conseguiu me seduzir,
te plantei no meu jardim, e fiz um lindo poema,
contando a historia da rosa, com o cravo que
a encantou...

Te tirei do ostracismo, por sua forma imponente,
notável por“olhar”para o sol.
Mesmo coadjuvante, seu papel foi importante,
De um Girassol arrogante, com sua luz
você brilhou...

Roubou a cena da história e muitos fãs conquistou
Há tempos eu não o vejo, mas sei de fontes seguras,
que a arrogância é sua defesa, pois tens que ter
sutileza,pra viver entre gerânios e hortênsias
sem nobreza...

Uma vez alguém lhe disse, a Rosa tem muita sorte,
você assim respondeu, eu prefiro alguém com
sorte, e tendo também espinhos, não terei 
que proteger...

No jardim que tu ficaste, mesmo sem rosas e cravos,
outras flores nascerão, continuarás sendo único, 
iluminado pelo sol, regado pelos orvalhos, amado
pelas estrelas serás sempre
o Girassol...


Autora: Leila Mustafa Cury

Algemas

Imagem reprodução


Me sinto algemado pelos laços da tristeza,
pudera alguém ver-me a alma, e esta se 
assustaria ao ver a lama que se instala

Sou presa fácil para predadores, sem forças
para seguir, sem condições de encontrar saídas,
sem perspectivas do amanha

Qual redoma foi criada? Que cordão eu 
não cortei? Medo, solidão, talvez! 
Transformar-me ia senão em nada, nada
é o que espero.

Outrora a passos largos decididos, cabeça 
erguida, peito inflado, paixão pela vida. 
Hoje, algemas, tristezas, culpas

Depois de perdas e danos, algo lindo 
vislumbrei, dois pares de olhos negros, 
que um dia abandonei, esse brilho 
ofuscante me guiou por instante

Até a fresta da loucura, onde estava a lucidez
Elas são tudo que tenho e não as quero perder
Foi nela, a lucidez, que com força me agarrei

Com a luz daqueles olhos, um atalho eu encontrei
fiz o caminho de volta, na mala as poucas roupas,
mas na mente a esperança de parar com essas
andanças

Despir-me da arrogância, refugiar-me em seus abraços
Sentir-me também amado, meu coração abrandar
O silêncio não é o que cala, mas sim o que silencia

Pra finalmente dizer! Isto sim se chama paz.


Autora: Leila Mustafa Cury






sábado, 19 de setembro de 2009

A ROSA E O CRAVO


 Uma Rosa e seus espinhos, sua cor escarlate, sua presença marcante, tão segura e provocante, temida por outras flores, desde as simples Margaridas até um Girassol arrogante.

Que quase sempre lhe dizia, oh! Rosa atrevida Rosa, não queira sempre brilhar, fui pintado por Van Gogh e tenho a quem reclamar.
Foi reinando absoluta, até o Cravo chegar, imponente e sedutor, espécie única entre, hibiscos, gerânios e dentes de leão.

Curioso ele ria, das Onze horas, que só floria e morria por volta do meio-dia. A noite ele sentia um perfume tentador, e inebriado, ele não entendia porque ao amanhecer do dia, ele não mais o sentia, era a tal Dama da noite, que ele nem conhecia.

Mas a Rosa estava lá, ele quase não a via, e seu perfume suave ele sequer percebia, se outra flor se aproximasse com seus espinhos as afastava.
A Rosa muito carente foi ao encontro do Cravo, se aproximou devagar, ele ficou encantado, mas foi logo lhe avisando, fique quieta no seu canto, não tenho medo de espinhos, mesmo que eu não os tenha, posso até lhe machucar.

Ela muito atrevida prontamente respondeu, se não tens medo de espinhos, o que terás a perder? Com meu perfume suave, posso até lhe surpreender!
A Rosa ficou por perto, quando o sol esquentava, ela lhe fazia sombra e quando a chuva caia, ela retinha os pingos e só o orvalho ele sentia, e assim o protegia.

E o tempo foi passando, muitas coisas acontecendo, o jardim tão belo outrora, foi se desvanecendo,o Cravo foi arrancado e a Rosa lhe acompanhou, o jardim ficou tão triste, que a primavera chorou, perdeu a Rosa tão bela e o Cravo que a encantou.

Em outros jardins distantes, a aventura não parou, entre sorrisos e lagrimas, unidos ou separados, estão sempre apaixonados, pois o encanto não acabou.
Tempestades e calmarias, mas talvez quem sabe um dia, eles encontrem a paz, na sombra de um limoeiro ou debaixo dos laranjais.

Autora: Leila Mustafa Cury

Prosas e Versos

Prosas e Versos
Prosas e versos que falam mais de mim do que eu mesma!

Quem sou eu

Minha foto
Adoro escrever sobre borboletas azuis, sobre pássaros, flores, amores e emoções.