quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Algemas

Imagem reprodução


Me sinto algemado pelos laços da tristeza,
pudera alguém ver-me a alma, e esta se 
assustaria ao ver a lama que se instala

Sou presa fácil para predadores, sem forças
para seguir, sem condições de encontrar saídas,
sem perspectivas do amanha

Qual redoma foi criada? Que cordão eu 
não cortei? Medo, solidão, talvez! 
Transformar-me ia senão em nada, nada
é o que espero.

Outrora a passos largos decididos, cabeça 
erguida, peito inflado, paixão pela vida. 
Hoje, algemas, tristezas, culpas

Depois de perdas e danos, algo lindo 
vislumbrei, dois pares de olhos negros, 
que um dia abandonei, esse brilho 
ofuscante me guiou por instante

Até a fresta da loucura, onde estava a lucidez
Elas são tudo que tenho e não as quero perder
Foi nela, a lucidez, que com força me agarrei

Com a luz daqueles olhos, um atalho eu encontrei
fiz o caminho de volta, na mala as poucas roupas,
mas na mente a esperança de parar com essas
andanças

Despir-me da arrogância, refugiar-me em seus abraços
Sentir-me também amado, meu coração abrandar
O silêncio não é o que cala, mas sim o que silencia

Pra finalmente dizer! Isto sim se chama paz.


Autora: Leila Mustafa Cury






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